Redução de consumo de energia
A energia gasta por um modo de transporte é particularmente importante para os países em desenvolvimento, seja ele fóssil ou de origem hidroelétrica. O valor calculado de energia gasta por distância precisa ser ponderado pelo número de pessoas usando o modo, para chegar a número comparativo entre os modos. A comparação geral das eficiências energéticas por modo releva que enquanto o automóvel usa 2,3 a 2,6 MJ/pass-km, os trens usam 0,6 a 1,5 MJ/pas-km e os ônibus 0,6 a 0,8 MJ/pass-km (Goldemberg, 1998).
Dentre os veículos operando no Brasil, os ônibus a diesel e o metrô são os que consomem menos energia. A relação entre ônibus e carros é de 1:4,7 (ônibus comum). Deve-se ressaltar que se trata de veículos completamente carregados de passageiros, o que gera o menor consumo de energia possível. Caso o carregamento dos veículos mude , a relação mudará.
Redução de Emissões
Um ônibus com dois passageiros já chega a uma emissão de poluentes locais por passageiros (13gr) inferior a de um automóvel com 1 passageiro (16gr). Observa-se também que um ônibus com quatro passageiros já chega a uma emissão de poluentes locais por passageiro (6gr) menor que a de um automóvel com dois passageiros (8gr). No nosso caso específico, o ônibus mais comum no transporte de passageiros atende mais pessoas e, portanto, tem enorme vantagem em relação à emissão de poluentes locais por cada passageiro.
Redução de acidentes
O uso do transporte publico com qualidade apresenta menor risco de acidentes que o uso da motocicleta ou do automóvel. Isto decorre de fato da operação do transporte coletivo de qualidade ser mais cuidadosa em relação aos condutores e à manutenção dos veículos.
A melhor forma de verificar existência de um risco menor é comparar a incidência de acidentes e as distâncias percorridas pelos veículos – o seu grau de exposição aos riscos. No Brasil, não existem bons dados sobre as distâncias percorridas pelos veículos, o que dificulta o calculo do índice de acidentes.
Redução do congestionamento
Como o uso do ônibus leva a um consumo menor do espaço viário, quando as pessoas trocam o automóvel pelo ônibus o nível de congestionamento diminui consideravelmente. Consideramos uma situação hipotética do que aconteceria quando 40 pessoas trocam o automóvel por um ônibus. Observa-se que quando as 40 pessoas utilizam 40 automóveis elas consomem 440 metros de extensão. Quando metade delas passa a usar um ônibus, o espaço viário total cai para 714 m² (660 m² dos autos e 54 m² de um ônibus), correspondendo a uma faixa de tráfego de cerca de 240 metros de extensão.
Quando todas as pessoas passam a usar ônibus o espaço total se reduz a 54 m², o que implica na ocupação de uma faixa de tráfego de cerca de 20 metros de extensão (o espaço que o ônibus precisa na ocupação de uma faixa para circular). Ou seja, o uso do ônibus por 20 pessoas leva a uma economia de 200 metros da faixa de tráfego e o seu uso por 40 pessoas leva a uma economia de 420 metros de faixa de tráfego, e assim sucessivamente, tendo grande impacto nos níveis de congestionamento.
(Fonte: FRESP 2012)